A palavra que resume meu sentimento sobre a minisserie *Dalva e Herivelto* é: EMOÇÃO.
Emoção por ver a Globo abrir espaço para mostrar a importância que meus pais tiveram.
Emoção por resgastar músicas de tanta beleza e trazê-las para o público de hoje.
Emoção por reviver tantas histórias que marcaram a minha infância.
Emoção por viajar no tempo das minhas memórias.
Ainda falando de sentimentos, quero falar de um em especial: o da missão cumprida. Pois tenho consciência que o livro *Minhas duas Estrelas*, escrito com a ajuda da Ana, e lançado em 2006, detonou este resgate desses dois grandes artistas da canção brasileira, Dalva e Herivelto. Não é fácil ser filho de dois monstros sagrados da história musical brasileira. E procurei explicar isto em meu livro. E mais ainda, mostrar o brilho que tiveram em suas vidas, e a importância e o legado deles para os artistas que os sucederam, e também para o público.
Se os meios de comunicação preferem se ater ao lado mais pessoal de suas vidas, por ter sido mais dramático e passional, não posso evitar. Este lado de suas vidas também está no meu livro, pois é impossível contar a vida deles, sem contar os detalhes de sua separação. E como filho,a partir do momento que me propus a escrever sobre suas vidas, eu o fiz por inteiro, sem censuras, sem ‘maquiagem’. Pois eles foram muito maiores que tudo isto. E por isto estão vivos na memória dos fãs até hoje, e no inconsciente coletivo emocional dos brasileiros.
Como telespectador, somente posso elogiar a maravilha do trabalho de todos na TV Globo. O roteiro da Maria Adelaide, a direção do Dennis Carvalho, a equipe preciosa que resgatouos ambientes da época, os figurinos, etc. Tudo é de muita excelência. E o melhor de tudo: os atores. Adriana e Fabio brilharam. Se entregaram verdadeiramente a Dalva e Herivelto. Desde que conheci a Adriana vi nela a delicadeza e a emoção que minha mãe tinha. O Fabio se superou como ator, tão convincente que motivou o público a tomar partido. Claro que como familiar, eu poderia criticar alguns detalhes, que em nada comprometeram a magnitude do resgate aos artistas Dalva e Herivelto, mesmo porque entendo perfeitamente que a minisserie não teve a intenção de ser um documentário, pois é uma obra de ficção, baseada numa história real. E a Maria Adelaide tinha de nós, filhos, carta branca para contá-la.
Para resumir, meu amigo, estou vivendo um momento de muita alegria. Qual filho não estaria orgulhoso de ver um país inteiro (re)descobrindo o talento e a grandeza de seus pais? Somente posso dizer muito obrigado a Deus por me dar em vida este presente.
Aproveito para agradecer o espaço dedicado aos meus pais, e também para lembrar a você a importância deste seu trabalho, abrindo este espaço para valorizar a cultura brasileira.
Continue assim, sempre firme. Muitas vezes não é fácil. Mas vale a pena, sempre.
Com carinho e admiração,
PERY RIBEIRO
FONTE: www.almacarioca.net
Bem, a minissérie foi mesmo um sucesso e pessoas que nunca tinham ouvido falar de Dalva se tornaram fã dela. Mas uma coisa que tem me incomodado demais é o comentário partidário de alguns espectadores em relação ao casamento de Dalva com Herivelto; coisas do tipo "eles não se divorciariam se se casassem na igreja, em nome de Jesus", "Herivelto é digno de ódio de todos" etc. etc. Julgamentos prévios feitos com base na minissérie. Acho que a Globo não deveria ter forçado a barra e eleger Dalva como mocinha da história. A Globo exagerou na tinta e o resultado é um monte de analfabetos torcendo contra Herivelto, homem de sua época e excepcional compositor.
ResponderExcluirPaulo
ResponderExcluirPery é pessoa de atitudes benevolentes sem igual, compartilhar com todos a história de sua vida, de seus pais.
O maior presente de Dalva e Herivelto foi ter os filhos amorosos que tiveram.
Bjs
Fátima